sábado, 17 de outubro de 2009

Hellraiser II



Foi assim, como Kirsty, que fiquei ao ver Hellraiser pela primeira vez: assustada, abismada, enojada... oh yes!!!!!


Hellraiser (1987) teve um grande impacto sobre mim na primeira vez em que o assisti. Tinha uns vinte e poucos anos já, mas quando o filme acabou eu tremia feito criancinha. O medo que me assaltou foi genuíno, e várias cenas dessa obra prima do cinema de horror tomaram meus piores pesadelos durante um bom tempo.



Que Paixão de Cristo (Mel Gibson, 2004) que nada!! Isso sim é a crucificação mais gore do cinema!!



Hellraiser é um marco cinematográfico, isso é inegável. A trilha sonora de Christopher Young é maravilhosa em sua grandiosidade (recentemente ele fez a do Arrasta-me Para o Inferno (Sam Raimi, 2009), o que por certo é a maior qualidade do filme), e acentua a aura de conto de fada grandguignolesco impregnado nesse filme (nós, gorehounds, amamos os hectolitros de sangue e tripas derramados nessa história!). Clive Barker, autor do livro que deu origem ao filme, The Hellbound Heart (1986), fez um maravilhoso début na direção com essa maravilha gore.



E então, em 1988, veio a seqüência, Hellraiser II: Hellbound, desta vez dirigida por Tony Randel (que, pelo que vi no IMDB - minha bíblia virtual de cinema ultimamente - não dirigiu outras coisas lá muito significantes). A trilha é, mais uma vez, de Young, e Barker foi um dos produtores executivos.

O filme começa mostrando as raízes humanas de nosso Cenobita favorito, carinhosamente apelidado "Pinhead". Sim, é interessante saber que essas estranhas e sanguinárias entidades eram mortais. Essa é a deixa para o que vai acontecer mais adiante, tanto com os Cenobitas - os mesmos do primeiro Hellraiser - quanto com o vilão dessa história, Dr. Channard, um psiquiatra pouco ortodoxo e dado a experimentos cruéis com seus pacientes, que se encontram presos em um sanatório que mais parece um calabouço medieval.





Oh-oh...









O nascimento de um novo deus... truly gore!!!



O implacável Dr. Channard em ação...




... indo para o calabouço...


Hellraiser II tem um tom de conto de fada mais acentuado que o primeiro, somado a uma série de referências ao cinema de horror (por exemplo, há uma cena que é uma forte referência ao A Noiva de Frankenstein (1935), dirigido por James Whale). É puro horror gore, mas ao contrário de Hellraiser, não assusta. É uma fantasia sanguinolenta - sim, é de ficar enojado, horrorizado (hmmm... oh yeah!!!), fascinado pela beleza plástica do sangue e das vísceras descarnadas... mas faltou um pouco daquele sense of dread do primeiro. Não é, porém, essa falta que o desqualifica, e sim algumas sequências desajeitadas (a dancinha do Dr. Channard com Julia, por exemplo) e o final, totalmente desnecessário.


Em suma, Hellraiser II não tem o toque especial da direção de Barker e não é a obra prima que o primeiro sem sombra de dúvida é, mas merece ser visto. Esteticamente o filme é excelente: as sequências mais oníricas (visceralmente oníricas) lembraram o primeiro A Hora do Pesadelo (Wes Craven, 1984 - o pesadelo de Nancy em que Tina aparece morta e ensacada me veio à cabeça) e quando o gore entra em cena é para nos fazer chafurdar (num ótimo sentido!) em tripas, gosma e afins. Hellraiser II é, em suma, uma grande celebração do sangue e das pulsões e interiores corpóreos. Aqui a morte é um infernal labirinto de carne em agonia.


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

And When the Sky was Opened

O tédio de domingo passou, estamos numa bela quinta-feira. O dia foi de céu de brigadeiro: apesar de preferir imensamente os dias chuvosos, devo reconhecer que apreciei muito a manhã azul.
Acordei no dia de hoje pensando nos eventos secretos dos céus... porque na noite de ontem assisti a um maravilhoso episódio do Twilight Zone (o original), "And When the Sky was Opened" (1959).
A história e o desenrolar de todo o episódio são simples. O enredo, baseado num conto de Richard Matheson (autor de Eu sou a Lenda), trata de três oficiais do exército que, ao voltarem de uma missão espacial, vão, um a um, deixando de existir - é isto, posto de modo bastante sucinto. Não direi nada mais. Vejam!
Sem as frescuras pretensiosas de certo tipo de cinema a que alguns, com baba ranhosa na boca, chamam de "cult", "And When the Sky was Opened" é muito efetivo. A situação pela qual passam os amigos - que, pouco antes de nunca terem existido (!), têm a plena e enlouquecedora consciência de que vão desaparecer - é assustadora. A narrativa desse inusitado desaparecimento é muito clean: parece até teatro (tirando os exageros necessários a essa arte) na TV. Vai direto ao ponto, sem firulas. E convence.

A cara de Jim Hutton disse tudo...


Paro por aqui, porque além de pouco inspirada - ainda! - preciso pensar no jantar (er... mas é verdade!). Não deixem de assistir: não há desculpa, é muito fácil baixá-lo pelo e-Mule. Todo cinéfilo amante do cinema fantástico e de horror que se preze deve ver não só este, mas todos os outros episódios do Twilight Zone - ao menos os originais do caríssimo Rod Serling (1924-1975), o criador dessa série rara.
E observem bem o céu que pode nos engolir no nada.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Tédio e O Mais Belo Suicídio

Hoje estou pouco inspirada, apesar de ter visto um dos clássicos do horror dos anos oitenta pela primeira vez anteontem: Poltergeist II - The Other Side (1986). Tenho muito a escrever sobre ele, mas não hoje... a síndrome de domingo à tarde me domina, e a preguiça que ela traz consigo é imbatível.
Mas deixo vocês com a foto do mais belo suicídio. A bonitona é Evelyn Mc Hale, de 23 anos. Acabara de deixar o noivo, em 1o. de Maio de 1947. Após escrever um bilhete no qual dizia que "não seria uma boa esposa para ninguém", jogou-se da plataforma de observação do Empire State Building, em Nova York. O estudante de fotografia Robert Wiles logo registrou aquela morte tão bonita, poucos minutos depois que o corpo bem esculpido de Evelyn caiu sobre um carro na Quinta Avenida, tornando-o pouco mais que uma lata amassada.


Uma Bela Adormecida em repouso eterno no metal.


Andy Warhol fez a sua versão dessa linda foto. Vejam:

Sim, criativo como só o gênio de Warhol poderia ser. Mas não faz juz à matéria prima.

Vou curtir meu tédio domingueiro. Até mais!