domingo, 24 de janeiro de 2010

Metalosis Maligna - An Extraordinary Disease


Confiram este curta do jovem holandês Floris Kaayk. É seu trabalho de conclusão de graduação na Escola de Arte e Design de Edimburgo.

É digno das maiores obsessões cronenberguianas pela fusão entre carne e máquina! Cliquem aqui para verem uma entrevista com Kaayk falada em holandês e legendada em inglês.

Isso é que é domínio de recursos digitais. Kaayk mescla animação de computador com imagens de vídeo de uma forma ainda pouco vista, o que torna Metalosis Maligna assustadoramente realista.

Aos portadores de próteses metálicas , "be afraid, be very afraid".

sábado, 23 de janeiro de 2010

Killing Time # 1 - "I'm gonna suck your brain dry!" (Darryl Revok)

Cameron Vale (Stephen Lack) luta contra o mal encarnado em seu irmão, Darryl Revok (Michael Ironside rules!)



O mais gore dos duelos entre telepatas visto no cinema está em Scanners (1981). Só podia mesmo ter saído do cérebro de David Cronenberg, sempre pronto a explodir as cabeças dos espectadores incautos. Confiram aqui.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Return of the Living Dead (1985)









A Volta dos Mortos Vivos é um "terrir"?


Seria exato assim denominar um dos filmes de horror mais niilistas dos anos 80, dirigido por Dan O'Bannon (RIP),cineasta e roteirista bastante conhecido pelo roteiro de Alien (Ridley Scott, 1979)?

"Terrir" não parece ser uma boa definição para Volta, apesar do tom de comédia que o toma alguns de seus momentos. Na verdade, a comédia aqui é ácida e amarga. Esse filme tem dimensões trágicas: todos morrem, e o pior de tudo é que dói estar morto.


Freddy (Thom Matthews) sente não a dor de morrer, e sim a de estar morto.


Os eventos se desenrolam às vésperas do maior feriado nacional (e nacionalista) dos Estados Unidos: 4 de Julho, Dia da Independência Americana. É óbvio que situar a narrativa nessa data tem conotações políticas. O Dia da Independência não é somente o dia em que os mortos se libertam de suas sepulturas: ironicamente, é o dia em que cidadãos americanos, que se pensam livres e protegidos por uma Constituição que inspirou os ideais da Revolução Francesa, são bombardeados por seu próprio governo. Uma cidade inteira é destruída por uma bomba nuclear para que as sujeiras de governantes e militares vão para debaixo do tapete, ou melhor, da terra.





"Propriedade das Forças Armadas. Em caso de emergência, ligue..." e seja bombardeado, literalmente.


Os amigos punks de Volta têm razão: todos vão morrer, e o mundo que os cerca é um lixo. Lixo tóxico, lixo político. Os habitantes daquela cidadezinha são tão descartáveis quanto os mortos que se erguem das tumbas.



"No Future": inscrição muito apropriada às portas do Resurrection Cemetery, para onde a turma punk vai zoar e falar sobre morte.




Trash (Linnea Quigley) fantasia sobre a "pior forma de morrer" pouco antes de descobrir, da pior maneira, que não há sensualidade alguma na morte.

Frank e Freddy são os personagens que arrancam risadas no filme, além do cadáver falante ("Braaaaaainnsss!") trancado no porão da Uneeda Medical Supply. Frank (James Karen, o Mr. Teague do primeiro Poltergeist) é um senhor, mas comporta-se como um moleque ao mostrar para Freddy, um jovem curioso, o segredo militar que deveria ser mantido na escuridão daquele subsolo. Gradativamente o riso dá lugar a um terrível desconforto à medida que os dois, algum tempo depois de serem contaminados pela Trioxina (o gás que faz os mortos reviverem), começam a entrar em rigor mortis.



"Mioooooolos!!!!!!" Um morto (Allan Trautman) em uma das poucas sequências engraçadas do filme.

Mais uma pitada de riso amargo: o defunto (John Durbin) pede por mais paramédicos como quem pede pizza.


Some o riso. Um gosto amargo vem à boca especialmente durante o breve interrogatório de um cadáver. "Por que vocês comem cérebros?", pergunta um dos vivos. "Alivia a dor de estar morto", responde o defunto em agonia. Eis uma dimensão que os demais filmes de zumbi (nem mesmo o Night of the Living Dead (1968) de Romero) não contemplou: morrer está longe de ser um alívio na mais plena inconsciência. Dói tanto que só resta aos mortos devorar os miolos dos vivos.


O riso se torna angústia com a revelação desta defunta (Cherry Davis).

Em resumo: A Volta dos Mortos Vivos não é um "terrir". Shawn of the Dead (Edgar Wright, 2004) o é, sem dúvida: as risadas são frequentes e o final é bastante otimista. Em Volta o espaço para risadas é claustrofóbico e o final é arrasador. Aqui a morte é só o começo de mais uma tragédia do corpo: o doloroso e lento apodrecer.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Morbid Anatomy



Àqueles interessados, como eu, nas manifestações artísticas da morte, segue a dica de um blog excelente: Morbid Anatomy - surveying the interstices of art and medicine, death and culture. A autora do blog é uma designer gráfica nova-iorquina (ah, mais uma vez, as mulheres!), Joanna Ebenstein.

Confiram o recente post (20.01.2010) sobre Frederik Ruysch (1638-1731), um fantástico anatomista holandês, que além de quadros e gravuras anatômicas (de bebês e fetos principalmente), deixou partes de cadáveres infantis muito bem conservados (a foto acima é um dos espécimes, e é espantoso ver como parecem até ter vida após quase quatro séculos).

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

High Fashion Crime Scenes


Melanie Pullen: Miu Miu (2005).


Um nome a ser gravado: Melanie Pullen. Essa fotógrafa nova-iorquina de 35 anos merece definitivamente estar nos pensamentos dos amantes das mais mórbidas manifestações artísticas. Suas fotografias são fantásticas recriações de cenas de crime reais com um toque fashion. Na foto acima, a modelo/vítima veste Miu Miu, uma das mais consolidadas grifes européias.


Pullen é fascinada por cenas de crime desde que teve contato com o livro Evidence (1914-1919), de Luc Sante, publicado em 1992. Esse livro traz fotos de cenas de crime do Departamento de Polícia de Nova York e as histórias por trás de cada uma delas. Foi justamente daí que a artista tirou sua inspiração.

Melanie Pullen: Phones (2005).


O glamour mórbido nas fotos de Melanie Pullen são um paralelo (não creio que seja exatamente uma crítica, como o que está exposto na biografia da artista, porque essas imagens parecem ter sido feitas com curiosidade, fascinação e com um prazer de quem está explorando novas intensidades nas artes fotográficas) do que vemos em filmes de horror, como Hellraiser II: a beleza que reside no sangue, no esvair-se, no ser morto e, especialmente na obra dessa fotógrafa, na morte em si, posta em cena dramaticamente. As vítimas são mulheres fashion, vestidas para morrer. Lindas de matar.

Mais High Fashion Crime Scenes e informações sobre Melanie Pullen estão em seu site oficial.